São Paulo — Uma série de motivos pode levar gatos a arranharem humanos. Depois do caso de Thor, o gato que dilacerou o braço de sua tutora em São Vicente, no litoral de São Paulo, o médico veterinário Fernando Oliveira explicou ao Metrópoles, o que pode levar os bichos a esse topo de agressão.
Não apenas o estresse ou o trauma fazem com que os felinos sejam agressivos. “Os meus gatos [por exemplo] tem a unha afiada e eles não têm acesso a objetos para desgastá-las. Então, durante a brincadeira, eles podem arranhar”, pontuou o profissional.
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
É possível que existam condições que faça com que os felinos sejam mais agressivos. Um exemplo dado pelo médico veterinário foram os “gatos inteiros”, ou seja, não castrados. “O macho, quando ele é inteiro, tende a ser dominante e tende a ser demarcador de território. Então, ele vai impor tudo aquilo ali: você e o ambiente são deles. E, talvez, ele não aceite as suas ‘ordens’. Ele, então, pode revidar com uma forma agressiva”, disse.
“Existem gatos também, sejam machos ou fêmeas, que são dominantes, assim como cães, e podem, por alguma situação de estresse ou até doença, se tornarem agressivos”, acrescentou Fernando.
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O gato Thor possui histórico de ataques desde o primeiro ano na casa de sua tutora.
O veterinário comentou o que pode ser feito para contornar a situação de um pet que é agressivo desde filhote. “Se um gato é mais agressivo desde pequeno, você tem que dobrar as suas atenções sobre ele: estar sempre interagindo com ele, estar sempre com ele, oferecendo comida, colocando ele no colo, estando mais presente com ele, porque os gatos, eles tendem a se tornar ferais”, revelou.
Pode ser sinal de dor
Quando um gato era calmo e, de repente, se torna agressivo, há outros fatores a serem considerados. “Se um gato tem um comportamento tranquilo, é um gato dócil e começa a apresentar esse comportamento, é indicativo que ele pode estar passando por algum problema, dentre eles, sentindo dores”, falou.
“Outra coisa que muita gente não percebe é gatos que urinam fora do local. Se ele faz isso é porque ele está querendo chamar a atenção para algum problema, então, esse já é mais um sinal de que pode estar tendo algo errado com eles”, revelou o profissional.
Fernando também deu dicas do que tutores de gatos devem fazer para evitar serem arranhados por seus pets. “Os donos devem saber qual o limite daquele gato. Não adianta você ter um gato agressivo e querer beijar ele. Você tem que deixar ele no momento dele, no espaço dele, deixar ele vir até você”, recomendou.
Gatos devem ser vacinados
Se o arranhão chegar a acontecer, Fernando Oliveira pontuou as precauções que devem ser tomadas: “As arranhaduras, assim como as mordidas, principalmente de felinos, devem ser cuidadas com maior intensidade, principalmente se for de gatos que tenham acesso à rua. Hoje é muito comum uma doença chamada esporotricose, que é adquirida no meio ambiente. Não é o gato que tem a doença, ele pega a doença, então ele é uma vítima também. Caso haja demora na cicatrização sugiro procurar atendimento imediatamente”.
“Assim como o cão, os gatos também podem transmitir doenças, então os gatos devem ser vacinados, principalmente os que vão à rua e principalmente pela raiva”, destacou o médico veterinário.