Mais de um ano após Antony aparecer na imprensa e nas redes sociais sendo acusado pela ex-namorada Gabriela Cavallin de ofendê-la, agredi-la e ameaçá-la no Brasil, a polícia de São Paulo investigou a denúncia e concluiu nesta segunda-feira (19) o inquérito sem indiciar o jogador de futebol por violência doméstica. A informação foi apurada pelo g1.
A DJ Grabriela também havia dito à época que o atacante do Manchester United a agrediu na Inglaterra. Essa investigação, no entanto, está sendo feita pela polícia inglesa e ainda não terminou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou a conclusão do inquérito, mas sem dar detalhes. “O caso tramitou sob sigilo. Mais informações devem ser solicitadas à Justiça”, informa trecho do comunicado da pasta.
A reportagem entrou em contato nesta terça-feira (20) com a defesa de Antony e com o advogado de Gabriela para comentarem o assunto e aguarda seus posicionamentos. Em outras ocasiões, o jogador sempre negou as duas acusações.
No Brasil, a Polícia Civil de São Paulo investigava o atleta por injúria, ameaça, vias de fato e violência psicológica doméstica. Gabriela contou que Antony cometeu esses crimes contra ela no ano passado na capital paulista. Esse caso foi apurado no contexto da Lei Maria da Penha pela 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Tatuapé, Zona Leste.
O relatório final da investigação com a conclusão do inquérito seguirá para análise do Ministério Público (MP) e da Justiça brasileiros. No documento estão a acusação de Gabriela Silva Simon Cavallin e o interrogatório de Antony Matheus dos Santos, além dos depoimentos de 19 testemunhas (entre elas estão as que depuseram a favor da vítima e outras que defenderam o investigado).
A DJ falou ainda que em 1º de junho de 2022, quando estava grávida de Antony, mas separada do jogador, foi xingada e agredida fisicamente por ele quando se encontraram por acaso numa casa noturna em São Paulo. Disse ainda que sofreu “puxões de cabelo e chacoalhões nos braços”, mas que não ficaram marcas das lesões corporais. Ela não procurou atendimento médico e também não tirou fotos dos machucados.
O g1 apurou que a delegacia alegou não ter encontrado provas suficientes de que o jogador cometeu algum crime contra a DJ em São Paulo. E que, por esse motivo, não o responsabilizou. A Promotoria pode, no entanto, ter um entendimento diferente da polícia e denunciar Antony à Justiça por alguma das acusações. Do contrário, o MP poderia sugerir o arquivamento do caso.
Um laudo judicial concluiu ainda que Gabriela não sofreu “dano psicológico”, o que descaracterizaria que ela tenha sido vítima de violência psicológica, segundo policiais ouvidos pela reportagem.
Antony e sua defesa sempre alegaram que ele é inocente. Nas duas investigações, o atleta responde aos crimes em liberdade. Se vier a ser responsabilizado e eventualmente condenado pela Justiça pelos crimes no Brasil e na Inglaterra, ele poderia ser punido com penas que podem variar entre 6 meses e 26 anos de prisão.
Pela lei brasileira, os crimes atribuídos a Antony em Manchester só poderiam ser investigados pela polícia de São Paulo se o jogador voltasse a morar no Brasil.
Enquanto isso, a Greater Manchester Police (Polícia da Grande Manchester, numa tradução livre) apura se Antony cometeu “injuries, harassment, domestic abuse” e “kidnapping” contra Gabriela em solo inglês. Traduzindo para o português, seria algo como lesão corporal, cárcere privado, perseguição e violência doméstica. O jogador mora na cidade inglesa e veste a camisa número 11 do time local, o Manchester United. Ele já cedeu seu celular para a investigação inglesa periciar.