Moleza meu!
Tudo nesta vida é uma tremenda moleza; veja bem: ele e ela “transa” e nasce uma outra “criatura linda” que vai crescer só para fazer todo mundo sofrer. É. Não se faz mais bebês como antigamente né?
Não sabe como era antigamente?
Eu te explico: o “rapaz” conhecia a “moça”, trocavam olhares envergonhados e só depois de uma temporada de beijos na mão, de arrepios e sonhos loucos sozinhos em seus quartos, acontecia um leve toque de mãos numa matinée, onde os pais dela tinham a certeza de que sua filha estava na casa de uma amiga em plena tarde de domingo estudando. A amiga, claro, confirmava isso se acaso lhe fosse perguntado.
Depois, muito depois, acontecia o primeiro beijo tímido, que fazia os dois desviar os olhares envergonhados por ter descoberto que aquele “fogo” poderia virar paixão, então… noivado!
A tremedeira ao fazer o pedido para os pais dela, os deles iam juntos. A emoção do sim, e mais um ano de espera para subir ao altar, receber a benção e “fugir” da festa para consumar algo que era desejado a anos.
Enfim, sós!
Muitos casamentos acabavam ali mesmo na noite de núpcias, pela decepção da descoberta inversa do “príncipe encantado” que virava sapo na primeira noite e a “princesa” virava prisioneira de sua própria torre (casa).
Os outros?
Ficavam com a impressão de que um foi feito para o outro, eternamente.
Daí, como um “rei do lar”, ele enchia ela de filhos e era feliz para sempre.
Ela?
Na maioria das vezes, infeliz, mas de futuro garantido. O casamento era para toda a vida, educavam junto a prole e ai se fugissem as regras impostas pelo casal. Esses filhos hoje são os que mais sofrem com as mudanças da modernidade. Infeliz de um lado ou do outro, mas a separação estava fora de cogitação. Os filhos cresciam e traziam alegrias, muitas alegrias a toda a família, com suas formaturas, seus diplomas e certificados de cursos bem realizados. A Terra era o paraíso sonhado.
E hoje?
Como é?
Vamos lá!
Vou definir.
O “cara” olha pra “mina” e dão um sorriso maroto e cúmplice para se encontrarem na esquina, ou ela entrar no carro, já chegam fazendo biquinho de beijos e nem pergunta os nomes, às vezes já sabem por meio de uma amiga que é o… “cara legal pacas”, que é a… “mina um pouco difícil, mas dobrável”. Então a coisa rola, “ficam” sem compromisso e quando se esquecem de prevenir, ele acusa ela de bobeira e que se vire com o “presente de grego” que ele deixou dentro dela.
Ele?
Sempre afirma: “não fui o primeiro” e rodopia o carro do papai na avenida da cidade dando show de graça para uma platéia de uma galera mais zonza ainda, que não sabem nem escrever seus nomes por inteiro. Pai e mãe, rezam em casa na ansiedade de que seus filhos não se aventurem pelos asfaltos em uma vigem sem volta, esperam ver seu filho ou filha chegar inteiro, mesmo fora do equilíbrio normal, cambaleante, mas são e salvo rumo a sua cama para dormir e na noite seguinte começar tudo de novo.
Namoro?
Noivado?
Casamento?
Existem sim, mas virou raridade, quando isso acontece, o “cara” chega no pai da “mina” e diz: “a gente vai viver junto, fazer uma experiência, se der certo ótimo, a gente casa”. Então os filhos vão ao casamento, felizes por ver os pais se unirem para sempre, será? Vamos esperar até amanhã pra ver.
Daí vem a fase dos filhos dos filhos que nem sabem de onde veiram, a dúvida faz com que eles apenas busquem aventuras loucas dentro de máquinas envenenadas pelas ruas e estradas dessa Terra que eles estão loucos para desvendar e deixam pela metade, pois voam para fora do mundo gratuitamente em plena juventude, deixando a todos a “não resposta” de uma pergunta óbvia que todos querem saber. “O que é viver bem, realmente?”
Os pais, indefesos, inseguros, medrosos de perder seus filhos para um NÃO dado energicamente, os perdem para as fatalidades na calada da noite, nas madrugadas frias ou quentes, na euforia das “loiras geladas”, ás vezes pagas por amigos que esbanjam a “riqueza” de uns trocados conseguidos no grito com seus (in)responsáveis pais que acham que o mundo vai educá-los para a melhor vida que poderão ter.
Modernidade?
Está legada a todos aqueles que têm uma educação familiar, sem medo. Ouvi um pai falar para o outro assim: “prefiro ver meu filho chorar a vê-lo morto no volante de um carro ou em companhia de amigos embriagados, um dia ele vai entender e me agradecer”.
As diferenças entre os adolescentes de ontem e os adolescentes de hoje são pequenas:
Ontem: obedeciam aos pais e escutavam conselhos; hoje: nem reconhecem que tem pais;
Ontem: pais diziam NÃO; hoje: nem não nem sim, ignoram os pais;
Ontem: pais mandavam em seus filhos; hoje: filhos mandam nos pais;
Ontem: iam a escola para se formarem; hoje: vão a escola para “colar e zuar;
Ontem: sonhavam voar e voavam alto em suas realizações; hoje: sonham voar e voam para fora de suas vidas, para fora do mundo e levam amigos juntos.
Ontem: passado; hoje: saudade doida pela ausência sentida…
Ontem: realidade plena; hoje: realidade plena, mas interrompida…
Ontem: certeza de vida; hoje: incerteza de vida seguida de morte na flor da idade, juventude…
Ontem: alegrias e felicidades; hoje: tristezas, choro e …
Saudades!!!
Wandenilza Caldonazzo-src
Imagens: Internet.