Mulher abandona bebê de três meses com desconhecido em bar de Sorocaba

Exames apontaram que o bebê estava desnutrido e precisou ser internado. As irmãs, de dois e três anos, também foram atendidas e foram levadas a um abrigo da cidade.

Casos de violência contra crianças são investigados pela DDM de Sorocaba (SP) — Foto: TV TEM/Arquivo

Um bebê de três meses e as irmãs dele, de dois e três anos, foram resgatados pelo Conselho Tutelar e pela Guarda Civil Municipal após a mãe das crianças entregar a mais nova para um desconhecido em um bar no Parque São Bento, em Sorocaba (SP), na tarde de quarta-feira (21).

Conforme apurado pela TV TEM, o Conselho Tutelar e a Guarda passavam pelo bairro para atender outra ocorrência quando vários moradores pararam a viatura para pedir ajuda. A conselheira e os guardas foram levados até o bebê e o homem ao qual a mãe havia entregado o filho.

O homem estava embriagado e disse que a mulher deixou a criança no bar e saiu para usar drogas e que, por isso, ele tentou deixá-lo com alguém responsável. O menino foi levado pela conselheira e o homem acompanhou os guardas municipais até um bar onde estaria a mulher.

Ao chegarem no estabelecimento, a mãe do bebê apareceu com outras duas crianças. Ao ser abordada, ela contou que morava com a avó dos filhos e levou a equipe até a casa dela, onde foi constatado que a mulher, na verdade, morava sozinha com as crianças.

A família foi levada até a sede do Conselho Tutelar e as crianças passaram por atendimento médico na Unidade Pré-Hospitalar da zona oeste. A TV TEM apurou que os exames apontaram que o bebê estava desnutrido por não receber alimentação adequada e que precisou ser internado. Já as irmãs passaram por atendimento e foram liberadas e acolhidas em uma instituição.

O bebê aguarda por uma vaga de internação em algum hospital da região via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) e deve ser levado ao Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci) para receber o atendimento adequado.

Mais de 400 atendimentos no semestre

Segundo a prefeitura, o Conselho Tutelar de Sorocaba atendeu 457 casos que foram encaminhados para o serviço de Escuta Especializada para crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência e abuso sexual nos primeiros seis meses do ano. O número é ainda maior do que o registrado em 2023, quando 297 casos foram atendidos.

O objetivo do programa é para que as crianças ou adolescentes falem apenas uma vez sobre a situação vivenciada e recebam todos os encaminhamentos necessários, sem precisar reviver o trauma da violência sofrida ou presenciada.

O atendimento é uma parceria entre as secretarias da Cidadania e da Saúde com o Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), com participação do Ministério Público, do Conselho Tutelar e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e dos Adolescentes (CMDCA).

Conforme a prefeitura, o tipo de violência mais frequente é o sexual e a maior parte é praticada dentro de casa, o que, segundo a administração municipal, significa que “os agressores fazem parte da família ou são bem próximos a ela”. A maior parte das vítimas tem de 6 a 11 anos de idade e é do sexo feminino. Já a maioria dos agressores é do sexo masculino.

O que fazer?

A Coordenadora dos direitos das Crianças e dos Adolescentes de Sorocaba Ana Lúcia de Paula Batista explica que, caso alguém note que a criança passa por alguma situação de abuso psicológico ou sexual, é preciso conversar com ela para ver se esboça alguma reação e, após isso, entrar em contato com o Conselho Tutelar pelos números (15) 3235-1212 durante o dia, 125 durante a noite ou finais de semana, ou até mesmo pelo Disk 100 aos fins de semana. A denúncia pode ser feita de forma anônima.

Após passar pela escuta especializada, um boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) é registrado e a criança é encaminhada para as unidades como Centro de Referência Especializado em Atendimento Social (Creas) ou Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

“Ela [a criança] pode ser retirada do meio [familiar] até por uma medida de precaução. Muitas vezes ela fica com a família extensão, um tio, a avó, dependendo do conselheiro que estiver atendendo e identificando a demanda, ou até mesmo pode ser encaminhada emergencialmente para um abrigo. A denúncia pode ser feita anonimamente, nós temos vários canais de comunicação, o telefone do conselho tutelar.

Fonte: g1 Sorocaba e Jundiaí

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