Vivos, mas mortos para o reconhecimento

(Minha aposentadoria saiu em fevereiro de 2011. Sabendo que muitos de meus colegas de profissão estão como eu, descontentes com o sistema educacional em que trabalhamos e sabendo que quando saímos do mesmo somos legadas ao esquecimento por todos, escrevi este texto para uma amiga que considero como a uma irmã, para desabafar minha mágoa).

Foto: Arquivo Pessoal

 

Itaí, 22 de fevereiro de 2011

Sônia!

Tudo bem com você?

Comigo?

Tudo bem!

 

 

 

A aposentadoria traz uma sensação esquisita, mas gostosa. Para mim foi “normal”, pois ela ocorreu numa sexta-feira e tive sábado e domingo para digeri-la e fazer a “somatória” do que seria a minha caminhada de agora para frente.

Na sexta eu te disse que sairia um pouco “magoada” com o sistema, e que não iria sentir saudades.

Verdade amiga, não estou sentindo saudade da escola, mas sinto a “falta da presença” de algumas pessoas que ficaram por lá, mas descobri que ainda posso fazer muito fora da escola e farei, para meu “prazer pessoal”.

Em casa já revirei coisas que havia esquecido de fazer por falta de tempo ou cansaço quando retornava do trabalho. Sei que depois de muitos anos o sistema não vai agradecer-me pelos serviços prestados e dentro de muito pouco tempo se esquecerá de mim, mas jamais deixarei de ser professora! Bem, resolvi reorganizar “minhas coisas”, reler algumas matérias que recebi e li atropeladamente, terminar de escrever histórias que comecei, elas estão aclarando minhas ideias e me mostrando o que não consegui captar na primeira leitura.

Esta revista que está em suas mãos, eu recebi no ano de 2005 e ao reler os textos, a sua imagem vinha em meus pensamentos, então decidi… – vou enviá-la para a mana Sônia, talvez ela também leia o texto “a importância de estarmos aqui” e entenda que não devemos nos sentir “machucadas” pelo que nos acontece neste período de vida neste planeta terrestre. Olha mana! São textos maravilhosos, espero que você goste e faça como eu, pense assim: “eu não sou o que os outros querem que eu seja e sim, sou o que eu realmente quero e devo ser, para mim e para os que amo, e já fiz o necessário para ajudar a evolução de meus semelhantes, agora vou cuidar de mim, somente de mim, sem mágoa e ser feliz. ” Com votos de paz profunda. Hoje, vivemos em paz, viajamos e sentimos saudades da escola?

Ela não sabe, mas eu… talvez, em alguns momentos.

Foto: Arquivo Pessoal

  Wandenilza Caldonazzo-src 18092024-1121

Wandenilza Caldonazzo – nasceu em Estiva, no estado de Minas Gerais, no dia 15 de setembro de 1952. Formada em ciências humanas, e em educação física. Reside em Itaí desde 1964. Escreve poesia desde os doze anos, suas poesias são mais conhecidas em Porto Alegre–RS, onde recebeu com louvor o grau de confrade g-2 da ordem da confraria dos poetas do brasil no ano de 2000.

No mesmo ano, recebeu menção honrosa em concurso literário, participando da antologia poética 2000, com várias poesias publicadas com poetas do país inteiro.

Participou do projeto, em pró do timor leste, onde teve uma poesia “tempo de guerra” publicada no livro paz – manifesto à paz mundial (2003), onde recebeu o diploma de mérito humanitário internacional. Foi destaque especial no II concurso de poesias da cidade de Avaré no ano de 1995, tendo suas poesias publicadas na antologia do concurso.

“Poemas poesias e fragmentos” (2003), publicado pela editora nativa – SP, foi lançado na bienal do livro do ano de 2004, em São Paulo. “cristais”, (2004), segunda edição. Tem poemas, poesias e crônicas publicados em vários projetos realizados em sua cidade. “1ª antologia poética de Itaí.

“Nas pegadas de São Caetano” (2005) poesias católicas. “projeto ecoteca (2006) – aconteceu assim…” – crônicas acontecidas entre professores e alunos. “lendas urbanas de Itaí” (2016) histórias que viraram lendas, que são apresentadas nas caminhadas das lendas urbanas de Itaí, teatro saindo do museu municipal, passando pelos locais onde as lendas aconteceram e termina dentro do cemitério municipal.

Representa maria, a mãe de jesus cristo a mais de 20 anos na encenação da paixão de cristo em sua cidade. É integrante do grupo de teatro: arteiros, de Itaí, com vários personagens já encenados e registrados no currículo de atriz. Ama Itaí como o seu “pedaço de paraíso” no planeta terra.

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