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Desde os 7 anos, Yasmin Rissi de Oliveira tem nos cavalos sua maior paixão. O que começou como um passatempo virou caminho para grandes conquistas para a adolescente de Bauru (SP).
Aos 16 anos, ela realizou um sonho antigo: vencer uma prova em Barretos, considerada a capital nacional do rodeio. A vitória garantiu também uma vaga em uma etapa internacional da modalidade, que será disputada nos Estados Unidos, em 2026.
No ano passado, Yasmin chegou à final em Barretos, mas derrubou um tambor e perdeu a chance de vitória. A frustração não a fez desistir. Em 2024, voltou à arena na 32ª edição do Rodeio Internacional da Festa do Peão.
A prova de Três Tambores consiste em realizar um percurso em formato de triângulo em que o cavalo deve contornar os tambores no menor tempo possível. Em três dias são realizadas fases classificatórias entre os participantes. Na etapa final, Yasmin conseguiu completar o percurso em 16,890 segundos, fazendo com que, na somatória dos tempos, saísse com a vitória na categoria feminina.
A amazona conta que a experiência foi muito marcante ao ver um sonho se tornando realidade: “A final foi bem emocionante. É um tempo que eu não esperava correr. Estou muito grata por isso. Quando eu conheci o Rodeio de Barretos, tive o sonho de correr e ganhar lá, e esse ano eu consegui conquistar essa vitória”, comemora.
A conquista foi alcançada montando Happyniki Flying, cavalo de 6 anos com quem Yasmin treina há pouco mais de um ano. A relação, segundo ela, é fundamental.
“Tem que existir sintonia entre eu e ele, porque na prova dependemos um do outro. Esse cavalo mudou minha vida, me mostrou que eu sou capaz. Com ele consigo realizar tudo aquilo que eu sonho.”
Com a vitória na categoria, Yasmin alcançou um novo patamar na modalidade. A jovem garantiu uma vaga em uma etapa internacional que será disputada em maio de 2026, nos Estados Unidos. Será a primeira prova internacional na carreira da competidora, que encara o desafio de representar Bauru como mais um passo marcante na história que está escrevendo nas arenas.
Atualmente, Yasmin se prepara em um centro de treinamento em Bauru. A história com os cavalos começou por influência do irmão Matheus, que desde pequeno gostava de animais e de montaria. A competidora conta que, em certo dia, acompanhou o irmão em um treinamento e, de lá pra cá, nunca mais abandonou as arenas. No início de tudo, ela já desenvolveu uma verdadeira paixão pelos animais.
“Desde a primeira vez que eu montei, me apaixonei. Eu via as pessoas correndo e tinha essa vontade. Depois da primeira vez que vivenciei um galope mais rápido, gostei da adrenalina e não parei mais”, confessa.
O irmão Matheus Rissi de Oliveira também já compete e, inclusive, ganhou vários títulos em torneios nacionais. Hoje, aos 14 anos, encara essa parceria com a irmã com muito orgulho:
“Ela começou por causa de mim, que sempre gostei de animais. A gente treinava juntos e até hoje seguimos no meio dos animais. Tudo isso é muito gratificante”.
O pai, Carlos Eduardo Morais de Oliveira, acredita que a paixão dos filhos vem de sangue. Quando era mais jovem, diz que gostava do contato com os bichos no sítio dos avós. Sobre Yasmin, revela que, no começo, quando ela demonstrou vontade de montar nos cavalos, colocou a filha em uma escola de montaria.
“A Yasmin foi evoluindo rápido e chegou a um ponto que não tinha mais para onde crescer ali, por isso a inscrevemos em outro centro de treinamento, e minha filha foi melhorando cada vez mais, chegando ao nível que está hoje”, explica Carlos.
A família toda acompanhou Yasmin no Rodeio de Barretos, e o pai confessa que o coração ficou a mil durante os segundos da disputa. Para ele, é um orgulho enorme ver a filha alcançando seus objetivos ainda tão jovem e, acima de tudo, fazendo aquilo que gosta:
“Ela tem um futuro muito grande, afinal se dedica demais. A gente se desdobra para fazer o possível e o impossível para que eles estejam dentro da pista.”
Yasmin deu um novo sentido para o hobby e agora sonha ainda mais alto: “Daqui pra frente, pretendo conquistar muita coisa, ganhar mais rodeios, outras provas e melhorar cada vez mais”. A bota, a fivela e o chapéu se tornaram companheiros inseparáveis para a realização de tantos sonhos.
Para a competidora, o contato com os cavalos é uma mistura de sentimentos: a adrenalina das provas e a tranquilidade que a montaria proporciona.
“Quando estou montada no meu cavalo, sinto uma grande paz. Tudo isso alivia o estresse, me traz felicidade e passa sempre um filme na cabeça ao lembrar das vitórias que já tive na vida”, completa.
Fonte: G1 – Bauru e Marília