Após criança em ‘jaula’, prefeitura alega que presença de professor em sala de aula ‘é desnecessária’ e determinação é adiada

Decisão é do dia 13 de novembro. Colocar um profissional por sala atende pedido do MP-SP após criança ser flagrada em ‘jaula’ em um Centro de Educação Infantil de Sorocaba (SP), em 2023. Sedu informou que foi notificada e analisa formas de atendimento.

A prefeitura de Sorocaba (SP) entrou com um recurso na Justiça contra a determinação de ter, obrigatoriamente, um professor por sala de aula no ensino infantil de Sorocaba a partir de 2025. Um dos pontos alegados pelo Poder Público é de que “a medida é desnecessária”. Com isso, a solicitação foi parcialmente aceita pela Justiça e a medida foi adiada para 2026.

A decisão é do dia 13 de novembro. A Secretaria da Educação (Sedu) informou que foi notificada e analisa formas de atendimento.

Criança foi flagrada trancada em uma espécie de jaula em um Centro de Educação Infantil da cidade, em 2023 — Foto: Arquivo Pessoal

A medida de ter um professor por sala foi tomada após o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) investigar o caso em que uma criança ficou isolada em uma espécie de jaula, em julho de 2023 (relembre o caso abaixo). Para o MP, a presença de mais professor capacitado pode evitar que a situação se repita.

Na decisão, o desembargador Magalhães Coelho lembra que a Prefeitura de Sorocaba alegou problemas no orçamento para fazer as contratações até o início do ano letivo de 2025.A prefeitura também argumentou que a presença contínua de professores não é uma exigência para as atividades de creche, onde o foco está no convívio e cuidado das crianças, sendo o modelo atual com auxiliares validado pelo Conselho Municipal de Educação.

Em outro trecho do recurso, a prefeitura alega que o município está em conformidade com a legislação, e que a exigência de um professor exclusivo para cada turma durante todo o período letivo impõe custos excessivos, além de ser desnecessária.

Com isso, o TJ determinou que o início da obrigatoriedade fica para 2026 para que a prefeitura possa se organizar.

Por outro lado, o Tribunal de Justiça reconheceu que a atuação dos auxiliares de educação sem supervisão direta e contínua de um pedagogo ou professor ao longo de todo o período letivo caracteriza ofensa ao princípio da proteção integral da criança e determinou que tenha um professor em pelo menos dois terços de sua jornada em sala.

Para atender a decisão de forma integral a partir de 2026, a Prefeitura de Sorocaba deverá providenciar a contratação de 526 profissionais.

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