Avaré registrou 53 casos e estupro em 2023 segundo dados da SSP

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Com 14.504 casos em 2023, o número de estupros registrados pela polícia no estado de São Paulo é o maior da série histórica, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgados nesta sexta-feira (26).

A série histórica começa em 2001, quando foram registrados 3 mil estupros. Em 2009, entretanto, a legislação sobre o crime mudou, e passou a considerar estupro qualquer ato sexual praticado com sem consentimento, como um toque íntimo, por exemplo, e não apenas a conjunção carnal. Isso levou ao um aumento expressivo nos registros, como mostra o infográfico acima.

“Não é só uma ação policial. [É necessário] trazer para a mesa [de discussão] a área da saúde, a área da educação e a área da assistência social. Muitos desses casos nem chegam na polícia”, afirma Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.

Por que aumentou?

Para Carolina, do Sou da Paz, o aumento está relacionado à redução de verbas federais para combater a violência contra em crianças, adolescentes e mulheres durante o governo Jair Bolsonaro (PL); e à pandemia de Covid, que forçou uma maior convivência entre vítimas e potenciais agressores (a maior parte dos estupros acontece dentro de casa).

Para o governo de São Paulo, ajudam a explicar o aumento de casos a maior conscientização das vítimas, que passaram a denunciar mais os abusos, e uma maior confiança no sistema de segurança.

Além dos dados de estupro, o governo de SP divulgou nesta sexta os dados de outros crimes, destacando que os latrocínios e homicídios dolosos caíram e atingiram o menor patamar da série histórica, com 164 e 2.606 casos, respectivamente, em 2023.

Quantos casos houve na minha cidade?

Mais de 90% das 645 cidades paulistas tiveram ao menos 1 caso de estupro registrado em 2023. Na capital, a taxa foi de 24 estupros em cada 100 mil habitantes. Já em Avaré, foram registrados 53 casos no ano passado, uma taxa de 57,11 para cada 100 mil habitantes, já que a população calculada é de 92,808 (taxa maior que a capital).

Em quais ambientes os estupros acontecem?

A maioria dos estupros, em 2023, aconteceu dentro de casa (73%), em linha com o que foi observado em anos anteriores.

Vias públicas (10%), escolas (4%) e hospitais (2%) foram os outros locais mais comuns. Aparecem também, em menor quantidade, locais como igrejas, orfanatos, delegacias. Os estupros virtuais, cometidos por meio da internet, representaram 0,1% dos casos registrados.

Um desses casos foi do grupo de homens que usava o serviço de troca de mensagens Discord para, entre outros crimes, estuprar virtualmente mulheres adolescentes.

Quem são as vítimas e os agressores?

O perfil das vítimas de estupro em 2023 não foi divulgado. Historicamente, entretanto, a maioria das vítimas é mulher ou menina – 84% dos casos registrados entre 2009 e 2023, segundo uma análise feita pelo g1 com base nos boletins de ocorrência de 2009 agosto de 2023 obtidos via Lei de Acesso à Informação.

A idade média das vítimas nos registros de ocorrências é de 15 anos.

Os poucos boletins de ocorrência que apresentam o tipo de relação entre vítima e agressor (2,5% do total) indicam que a maioria dos agressores são da mesma família ou são companheiros amorosos.

FONTE: G1

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