Estudantes que debocharam de universitária com mais de 40 anos desistem da graduação

As três estudantes que aparecem em vídeo debochando de uma universitária pelo fato da colega ter mais de 40 anos desistiram do curso de graduação. A informação foi confirmada pela Unisagrado, universidade particular de Bauru, no interior de São Paulo, onde as jovens cursavam Biomedicina, nesta quinta-feira, 16. Em contato com o site da Jovem Pan, o centro universitário informou que um processo disciplinar foi aberto para apurar a conduta das estudantes. Porém, durante o processo, as três pediram a desistência do curso. “Dessa forma o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado”, disse a universidade. O vídeo se espalhou pelas redes sociais. Nele, o trio zomba da colega de classe. Uma delas começa perguntando como se “desmatricula” um colega de sala. Logo depois, outra responde: “Ela tem 40 anos. Já era para estar aposentada”. A responsável pela filmagem ainda disse: “Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Não sabe nem ver o Google”.

Internautas criticaram as jovens e se solidarizaram com a universitária ofendida. A Unisagrado lamentou a atitude. “Acreditamos que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia. Isso tudo faz sentido para nós”, declarou. A defesa de uma das estudantes divulgou nota pelas redes sociais na qual afirma que a jovem tem sofrido ameaças e linchamento virtual. Segundo o comunicado, a “tentativa de criminalização e as suposições quanto à possíveis atos ilícitos no âmbito civil, ultrapassam a medida do razoável”. Ainda segundo a defesa, “tais questões geraram repercussão na saúde mental, pois os valores morais recebidos de sua família são incompatíveis com o desejo de inferiorizar um semelhante, independentemente do que vem sendo veiculado”. O comunicado prossegue, afirmando que o preconceito, seja ela qual for, “não faz parte dos valores disseminados pela estudante, de maneira que o episódio reforçará sua busca por posições que se coadunem com seus princípios éticos e morais em seu cotidiano”. Por fim, a defesa diz que lições serão aprendidas com o episódio e que o ocorrido “não deve servir-se ao papel de oprimir, calar, envergonhar ou ameaçar jovens, cuja trajetória ainda se inicia”.

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