
David Hernan Silva Guerra, de 72 anos, é um professor de tênis chileno radicado em Itapetininga (SP) há quase quatro décadas. Ele já participou de mais de 200 campeonatos, formou cerca de 2,5 mil alunos ao longo da carreira e segue treinando todos os dias.
Com uma vida dedicada ao tênis, David começou no esporte ainda na infância, quando atuava como gandula no Chile. Aos 15 anos, já dava aulas no Estádio Nacional, após cursos de formação na modalidade. Mais tarde, concluiu a graduação em educação física na Universidade de Santiago.
Antes de vir ao Brasil, morou um ano na Argentina. Em março de 1978, mudou-se para São Bernardo do Campo (SP) ao lado da esposa, Bernarda del Carmen Silva Carmona. O casal se estabeleceu em Itapetininga em 1988, onde construiu família, com dois filhos e quatro netos — todos ligados de alguma forma ao tênis. Um dos filhos chegou a ser professor da Confederação Brasileira de Tênis, e os netos também praticam o esporte.
Competidor incansável, David disputou torneios em diferentes cidades do interior paulista, como Sorocaba, Araçatuba, Piracicaba e Santos. Seu último campeonato foi em 2018, nos Jogos Abertos do Interior, em Jundiaí. Entre os marcos da carreira, está a participação como árbitro da final da Copa do Mundo de Tênis de 1976, no Chile, entre Chile e Itália, quando tinha apenas 22 anos. Ele também foi responsável pela criação do primeiro campeonato interescolar de tênis de Itapetininga, reunindo alunos de escolas públicas e particulares.
Aposentado há mais de 15 anos, David não se afastou do esporte. Pelo contrário: mantém uma rotina intensa. Todos os dias, acorda cedo, caminha, faz academia e segue para as quadras de tênis, onde treina e ministra aulas.
“Eu não estou na Terra para fazer estrelas, mas, sim, para massificar o tênis”, afirma.
Segundo ele, o esporte é para todas as idades. Um dos exemplos que gosta de citar é o de seu aluno Péricles Mendes, que jogou até os 98 anos e viveu até os 104.
Para manter a saúde em dia, David aposta em uma alimentação balanceada, à base de carnes, legumes e frutas. “Nunca é tarde para aprender. Quando se quer, se pode, independente da idade”, reforça.
Em quase quatro décadas na cidade, o professor deixou marcas importantes. Além dos mais de 2,5 mil alunos formados, participou de projetos sociais da Igreja Católica, como na Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz.
Em 2016, recebeu o título de cidadão itapetiningano pela dedicação ao esporte e, no Clube dos Bancários, ganhou um quadro assinado por alunos em homenagem à sua trajetória.
A vida de David gira em torno das quadras, e ele garante que continuará ali por muitos anos.
“O tênis não tem idade para mim”, resume.
Fonte: G1 – Itapetininga e Região