PIB em alta, emprego, gastos públicos, juros, recorde na Bolsa: os pontos altos e os pontos de alerta na economia

Especialistas ouvidos pelo g1 analisam o cenário econômico atual e os desafios para que o governo mantenha bons indicadores.

Gráfico: Poder 360

Nos últimos dias, foram divulgados dados reveladores sobre a economia brasileira. Alguns considerados bons pelos economistas, outros vistos como preocupantes.

O Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, que soma todas as riquezas produzidas pelo paíscresceu 1,4% no segundo trimestre, superando expectativas do mercado e colocando o Brasil em segundo lugar no ranking global de maiores PIBs no período.

No mercado financeiro, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou em agosto a pontuação recorde de sua história.

Se, por um lado, a economia dá sinais de estar crescendo, por outro, preocupam os elevados gastos do governo em relação às receitas e o rombo nas contas públicas. Esse cenário pode favorecer a inflação e a alta dos juros.

⚠️ Diante dos dados recentes, a pergunta natural é: o que há de motivo de otimismo e de alerta para a economia brasileira?

Veja abaixo o que pensam especialistas ouvidos pelo g1:

PIB subindo

 

O crescimento de 1,4% no 2º trimestre, na comparação com os três meses anteriores, foi o 12º resultado positivo consecutivo do indicador em bases trimestrais.

Com os resultados, o PIB brasileiro teve alta de 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Já a alta acumulada em quatro trimestres é de 2,5%.

Integrantes mais otimistas na equipe econômica já cogitam que, nos 12 meses de 2024, o PIB pode crescer próximo de 3%, acima do esperado no início do ano.

Um dos pontos positivos destacados pelos economistas, além desse bom crescimento, é que boa parte do PIB de trimestre foi impulsionada pelos investimentos (2,1%).

➡️Investimentos significam incrementos na economia, e tendem a gerar crescimento mais consistente ao longo dos anos.

“A questão que está na mesa é, sim, está crescendo [o PIB], mas o receio é: você tem que ter um nível de investimento muito maior para que, de novo, essa energia do consumo, essa energia que está se criando, se jogando na economia, não se dissipe de formas não adequadas, e a pior delas é a inflação”, afirmou o economista André Perfeito em entrevista à GloboNews.

Ainda segundo o especialista, o cenário seria pior se os indicadores não estivessem apontando para um crescimento. Nesse contexto, ele afirma que se trata de “um bom problema” que exige um “trabalho difícil, mas que pode ser alcançado”, com foco no equilíbrio da economia.

Juros, empregos e inflação

 

O crescimento da economia pode não ser sentido pela população da maneira como as pessoas gostariam que fosse. Isso porque há uma percepção de que os preços dos produtos ainda estão alto, comparados com a alta da renda.

Além disso, a combinação que o Brasil está vivendo, de economia aquecida e empregos em alta, pode ser um fator que continue aumentando. Apesar disso, em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,02%, a primeira do ano.

“O risco que existe [na queda] da taxa de desemprego é que você tem uma energia nova que foi jogada no sistema, uma demanda maior. O risco que tem é que essa demanda não se traduza de forma virtuosa em investimento e se degenere em inflação, é isso que o mercado tá vendo”, afirmou Perfeito

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