
Dia do Repórter Fotográfico: foto de agressão a ministro registrada por sorocabano completou 25 anos
Luciano Quirino, de 51 anos, teve uma foto reproduzida nas capas dos maiores jornais do Brasil há 25 anos. A imagem registrou a ovada no rosto sofrida pelo então ministro José Serra durante uma manifestação em Sorocaba (SP), no dia 20 de maio de 2000. A foto rendeu a Luciano Quirino a oportunidade de estar entre os finalistas do Prêmio Esso daquele ano.
Com a profissão celebrada em 2 de setembro, o repórter fotográfico registra momentos que entram para a história de um país. Há 25 anos, em maio de 2000, Luciano registrou um desses momentos: a agressão com um ovo no rosto do então ministro da Saúde José Serra durante uma manifestação em Sorocaba (SP).
Serra foi agredido ao chegar à sede de um clube na região central da cidade, por volta de 12h30, onde ocorreria o encontro regional do seu partido, o PSDB. Estudantes e servidores públicos da saúde em greve protestavam no local.
À época, Luciano trabalhava para o jornal Diário de Sorocaba e lembra que tentava encontrar um bom ângulo para registrar a chegada das autoridades, mas apoiadores e manifestantes dificultavam a tarefa. Foi então que um estudante passou pelos seguranças e quebrou um ovo no olho direito do ministro.
“Ao passar perto dos manifestantes, um estudante pegou um ovo e jogou na cara do ministro, fazendo com que a gema escorresse pelo rosto até a roupa dele. Eu imaginei que a foto seria de impacto e tive a sorte de disparar minha câmera digital Mavica, que registrava uma foto por vez e levava cerca de 10 segundos. Portanto, só tinha um disparo, e foi certeiro”, relembra.
No dia seguinte, 21 de maio de 2000, a foto ultrapassou os limites da imprensa sorocabana e ganhou destaque nas capas dos grandes veículos do Brasil. “Eu tive uma chance e não desperdicei, pois muita coisa estava acontecendo. E eu não imaginava que a passagem do ministro pelos manifestantes causaria tanto impacto”, reconhece.
Naquele ano, a foto, intitulada “Revolta”, rendeu a Luciano Quirino a oportunidade de estar entre os finalistas do Prêmio Esso de Jornalismo.
“A foto que ganhou foi a melhor, mas só de eu estar lá e concorrer entre outros grandes fotógrafos já foi algo inexplicável. Quando entrei no salão, me senti um pouco intimidado ou emocionado. Tinha muita gente famosa, algumas eu nem conhecia, mas eram muito influentes na época”, comenta.
De entregador de jornal a fotógrafo
Quirino conta que seu primeiro emprego na imprensa foi como entregador de jornal, há 35 anos. Trabalhou em vários departamentos do Diário de Sorocaba até que, um dia, lhe ofereceram uma vaga no laboratório de revelação. “Foi ali que tive meu primeiro contato com o vasto universo da fotografia”, relembra.
“Eu não apenas vi o avanço, eu vivi a passagem da era analógica para a digital e toda a incrível transformação que isso trouxe para minha profissão”, analisa o fotógrafo, que hoje trabalha na Câmara dos Vereadores.
A primeira vez em que disparou um clique é lembrada até hoje com emoção. “Era apenas uma reunião de confraternização pelo Dia das Secretárias, oferecida por um clube social da cidade. Era uma pauta simples, mas eu estava muito nervoso quando apertei o disparador”, comenta.
Outro momento marcante foi quando ficou frente a frente com Carlos Villagrán, intérprete do personagem Kiko, do seriado Chaves, e foi surpreendido por um gesto singelo.
“Eu estava nesse evento para fotografar o entrevistado e o entrevistador, mas, de repente, Carlos se aproximou e percebeu que meu cadarço estava desamarrado. Ele simplesmente se abaixou e amarrou meu tênis. Foi algo sensacional!”, relembra.
Fonte: G1 – Sorocaba e Jundiaí