Após a confirmação de 104 casos da doença, a prefeitura de Sorocaba, interior de São Paulo, decretou epidemia de dengue na cidade. Ao todo, foram 802 notificações, 602 descartadas e 69 ainda em investigação.
A Vigilância Epidemiológica da cidade explicou que Sorocaba enfrenta um momento de curva de tendência, a partir do número de casos da doença em série histórica nos últimos dez anos, com exceção dos anos epidêmicos. No último mês, a curva dos casos está acima do limite superior da curva de tendência. Quando ela ultrapassa esse limite por quatro semanas consecutivas, considera-se um momento epidêmico.
A chefe da Divisão de Zoonoses, Thais Buti, explica que arboviroses como a dengue podem causar epidemias “de tempos em tempos”, e que a cidade já esperava pelo surto. “A maioria das pessoas ficou exposta e criou anticorpos contra esse vírus [dengue tipo 1, de 2015]. Agora, com a introdução em 2019 do vírus da dengue tipo 2 no estado de São Paulo, praticamente todo mundo é suscetível a pegar o tipo 2. O aumento no número de casos reflete esse novo vírus que tem na cidade
A região do Jardim Rodrigo é a mais atingida pela doença, assim como os bairros Hortência e Simus.
“A pessoa que apresenta sintomas de dengue pode se dirigir a qualquer unidade de saúde do município, que será atendida normalmente. Estamos numa situação de epidemia, mas o número de doentes ainda é relativamente baixo comparado ao ano de 2015. Então, por enquanto, não foi necessário o atendimento em tenda de hidratação e nenhuma outra medida de emergência”, disse Thais.
Sorocaba prepara um grande Dia D contra a dengue para o próximo sábado, 8. Durante todo o dia, servidores públicos estarão mobilizados na conscientização da população sobre a doença, realizando visitas às casas para identificação de criadouros do mosquito. A cidade registrou também dois casos de chikungunya.
Fumacê
A quantidade de inseticida Malathion, usado na nebulização e no caminhão de fumacê para eliminar focos do mosquito da dengue, enviada pelo Ministério da Saúde para Sorocaba não foi suficiente. Após oito meses sem o produto, a cidade recebeu 100 litros, fato que pode afetar a campanha contra a doença.
“A pessoa que apresenta sintomas de dengue pode se dirigir a qualquer unidade de saúde do município, que será atendida normalmente. Estamos numa situação de epidemia, mas o número de doentes ainda é relativamente baixo comparado ao ano de 2015. Então, por enquanto, não foi necessário o atendimento em tenda de hidratação e nenhuma outra medida de emergência”.
Até o dia 28 de janeiro, a Divisão de Zoonoses conseguiu eliminar mais de 60 toneladas de criadouros nos mais de 35 mil imóveis visitados. Thais Buti reforça os cuidados necessários que todo morador deve tomar.
“Recomendo fazer uma vistoria uma vez por semana dentro e fora do imóvel, não somente no quintal, removendo qualquer tipo de recipiente que esteja com água parada. Caso não possa remover o recipiente, como um vaso sanitário com pouco uso, por exemplo, adicione sabão em pó ou detergente, por que esses produtos vão impedir que a larva se prolifere nesse criadouro. Outra medida é o uso de repelente como protetor individual”.